SOBRE

A Santa Casa de Misericórdia de Socorro
- Hospital Dr Renato Silva

Pesquisa por: Derek Destito Vertino - Licenciado e pós-graduado em História

Dr Renato Silva, patrono da Santa Casa de Socorro e ilustre Juiz de Direito que, além de suas obrigações como magistrado, pensou no bem-estar da comunidade que o acolheu.

NASCIMENTO DO HOSPITAL

A Santa Casa de Socorro nasceu em 11 de Novembro de 1909, por iniciativa do ilustre Juiz de Direito, Dr Renato de Toledo Silva que, além de suas obrigações como magistrado, preocupou-se com o bem-estar de seus semelhantes. O crescimento populacional e o aumento na demanda por atendimentos médicos exigia um amparo a comunidade.

Santa Casa atualmente

SEU INÍCIO

Inicialmente, a Santa Casa promoveu as suas primeiras atividades em uma casa alugada provisoriamente pela Irmandade, localizado a rua José Peretto, à partir do dia 03 de Maio de 1911.

Em Julho de 1914, foi celebrado no jardim frontal da Santa Casa uma missa campal pelo cônego Aristides da Silveira Leite, oficializando a inauguração da atual sede. A obra foi financiada pelas arrecadações da diretoria e as doações de populares, tendo a sua direção tocada pelas Irmãs da Ordem Franciscana Hospitaleira que, por muitos anos, dedicaram o seu trabalho de grande valor para a comunidade socorrense.

Fachada do primeiro prédio da Santa Casa, alugado temporariamente e localizado à rua José Peretto. As suas atividades tiveram início em 03 de Maio de 1911

Fachada da Santa Casa de Socorro na década de 1930.

Registro da inauguração da Pedra Fundamental da Santa Casa de Socorro no seu atual endereço, em 1913. O evento contou com a presença de autoridades, irmãos e populares.

CRUZ VERMELHA

A Santa Casa e a Cruz Vermelha na Revolução Constitucionalista de 1932

Em 1932, com a eclosão da Revolução Constitucionalista, a cidade de Socorro foi o Posto de Comando do Batalhão 23 de Maio em razão de sua posição estratégica na fronteira com o Estado de Minas Gerais. A tropa, constituída por aproximadamente 450 voluntários e membros da Força Pública de São Paulo, era dividida em um Estado-Maior e três Companhias.

A mobilização contagiou as mulheres socorrenses que também aderiram ao movimento e criaram a primeira diretoria da Cruz Vermelha de Socorro, sediada temporariamente no Eden Theatro, localizado no atual terreno da agência da Previdência Social, na praça da Matriz. A CV de Socorro foi organizada oficialmente no dia 16 de Julho, sob o comando de uma diretoria provisória composta por mulheres, atraindo no período de alistamento a adesão de jovens motivadas a ajudar.

O quadro de enfermeiras da CV de Socorro foi organizado pelo Dr Joaquim dos Santos Botelho, Diretor Clínico da Santa Casa, responsável por lecionar na sede do Hospital noções básicas sobre práticas e teorias para o atendimento aos soldados doentes ou feridos no campo de luta.

A CV de dividiu os seus serviços em quatro seções: consultas e curativos aos soldados e suas famílias, rouparia, distribuição de gêneros às famílias dos voluntários pobres e ponto de coleta de donativos. Além das atividades na retaguarda, a CV de Socorro também era responsável por distribuir sanduíches, queijos, doces e cigarros em todas as trincheiras, expondo-se aos mesmos riscos dos soldados. Segundo os cerca de 60 boletins regimentais disponíveis do Batalhão 23 de Maio e as edições do Jornal O Município, a Cruz Vermelha de Socorro conseguiu arrecadar quase 20 toneladas de feijão, arroz, açúcar e café, além de pelo menos 5 contos e meio de réis (5:704$700).

Cartaz incentivando o alistamento de mulheres na Cruz Vermelha de Socorro, durante a Revolução Constitucionalista de 1932. A CV de Socorro foi temporáriamente sediada no Eden Theatro, localizada no terrero da atual agência da Previdência Social, na Praça da Matriz.

Na fileira inferior encontramos Iracema Botelho, Sophia de Assis Carvalho (Didinha), Rosalina de Faria Votta Vita, Zuleika Gonçalves e Josephina Galvão de França. Na fileira superior encontramos Antonieta Novaes Ribeiro, Francisca da Silva Vitta (Chiquinha), Dr. Joaquim dos Santos Botelho (Diretor Técnico da Santa Casa de Socorro), Olga Camargo Toledo, Myrthes de Faria Votta Lopes e Jacy Gonçalves Dalben.

Corpo de Enfermeiras da Cruz Vermelha de Socorro na Revolução de 1932, posando na escadaria da Santa Casa de Socorro (próximo da atual entrada principal do Laboratório Padrão e antiga sede do SAMU). O Corpo liderado pelo Dr. Joaquim dos Santos Botelho – Diretor Técnico da Santa Casa de Socorro – atuou no socorro a soldados feridos e doentes, além de atender a população local.

CRESCIMENTO DO HOSPITAL

A alta demanda em razão da mobilização das tropas paulistas sobrecarregou a Santa Casa que, além de atender a população, passou a receber também inúmeros soldados, prestando a todos os seus serviços, apesar do orçamento limitado. O reforço veio do Serviço Sanitário do Estado que criou na cidade um Posto de Saúde temporário, sob a direção do Dr Vicente Chirico, auxiliado pelos acadêmicos Mauro Paes de Almeida e Carlos Ramalho Foz.

Segundo os Boletins Regimentais disponíveis, O Batalhão 23 de Maio sofreu pelo menos 72 baixas entre mortos, feridos em combate / acidentes, cirurgias e internações. Os números obtidos não consideram os soldados provenientes de tropas estacionadas na cidade ou incorporadas à unidade durante a campanha militar paulista, entre eles: Batalhão Conselheiro Antônio Prado, 2ª Cia da Legião Paulista, 1º Batalhão de Caçadores Paulista, 4º Batalhão de Caçadores Paulista, 9º Batalhão de Caçadores Paulista e outros militares extraviados durante os combates.

Apesar da derrota no campo de batalha, estes verdadeiros anjos de branco, contagiados pelo espírito patriótico, ofereceram os seus serviços salvando vidas no maior conflito armado dentro do território brasileiro.

Fachada da Santa Casa de Socorro, provavelmente pré-decada de 1950. Note o telhado da escadaria ao lado do atual Laboratório de Análises Clínicas, sem a Maternidade e Administração.

G. F. Siqueira registra a ampliação do Pavilhão da Maternidade em 1949, inaugurada em Maio de 1951

Sua Evolução

A Santa Casa de Socorro também evoluiu, tendo entre 1947 a 1948, por iniciativa do Diretor Felício Vita Júnior, a ampliação do prédio com a inauguração de sua Maternidade. Nas décadas seguintes, os primeiros convênios foram firmados e outras ampliações foram concluídas, prestando serviços de grande importância para a comunidade e cidades da região com compromisso social, dedicação, solidariedade e de forma humanizada.

Maternidade de Socorro em 08-09-1948. Identificado o Sr. José Mineiro (Servente), Atilio Balzani (pedreiro), Lazaro Razoppi (meia colher), Quirino Balzani (pedreiro) e José Bento (pedreiro)

Irmãs / Enfermeiras posam na escadaria da Santa Casa de Socorro com membros da Irmandade, no final da década de 1940. Observe a Maternidade em processo de construção, na margem esquerda.

Vemos em destaque, à esquerda, a Maternidade da Santa Casa de Socorro concluída, no final da década de 1940. Atualmente funciona a Secretaria no piso térreo.

Na margem superior direita a Maternidade da Santa Casa de Socorro concluída, no final da década de 1940. Registro capturado na altura da rua Dr Carlos Norberto, aproximadamente no Hotel Vergani.

Entre 1982 a 1990, as Irmãs Iolanda e Paschoalina se despedem da Administração da Santa Casa de Socorro, sendo substituídas aos poucos por um Corpo de Enfermagem com formação técnica e superior. Apesar da organização, amor e dedicação das irmãs religiosas, a demanda e evolução da ciência no setor da saúde exigiu a mudança da enfermagem empírica – baseado na experiência e observação – por profissionais com condutas e técnicas comprovadas cientificamente. Este importante divisor de águas no profissionalismo do Hospital foi aplicado na primeira geração pela enfermeira Tânia Leite, trazendo novas experiências e procedimentos para a formação de equipes mais preparadas.

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